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TERRITÓRIO É O ESPAÇO SOCIALMENTE CONSTRUÍDO

Milton Santos

Onde moramos, onde construímos, onde atuamos. Por onde, com quem e como estabelecemos identidade e pertencimento. Como o Território condiciona nossas iniciativas, engajamentos e adesões, isto é, aquilo tudo que fazemos juntos, em nossas casas, quintais e vizinhança. 

Abaixo apresentamos sumariamente nossa cidade e alguns de seus povoados que habitamos ou frequentamos, bem como projetos realizados, projetos em atividade e eventuais campanhas para as quais buscamos apoio e recursos, sejam campanhas próprias ou outras de iniciativa local.   

Palmeiras (BA)

EmComTato Festival; Poesia na Janela; Eh Guilé!.

Palmeiras é uma cidade de cerca de 9.000 habitantes, localizada no centro do Estado da Bahia, à 439km da capital. O Parque Nacional da Chapada Diamantina se estende por parte do seu território, tornando o município de interesse turístico. Entretanto a sede do município é uma pequena cidade com cotidiano característico das cidades simples do interior da Bahia, sujeito a muitas dificuldades sociais e econômicas agravadas pelos períodos constantes de seca e estiagem.

Com uma história que remonta ao período áureo da mineração de diamantes no século XIX, Palmeiras tem interessantes traços de arquitetura colonial. Atualmente, o município vem sendo econômica e socialmente transformado pelo fato de estar na passagem e ser portal de entrada para pequenos vilarejos de sua jurisdição privilegiados com atrativos naturais, tais como o Vale do Capão (distrito de Caeté-Açú), distante 23km, núcleo de intensa emigração nos últimos anos

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Nossa primeira realização sociocultural na cidade foi a realização de um festival de dança, o III EmComTato Festival de Contato Improvisação, em 2013, evento imersivo que teve a duração de um mês de intenso convívio com a cidade - reunindo também pessoas de outros municípios, estados e países - e que se revelou um contexto especialmente inspirador e determinante para as direções e interesses em Arte e Vida a que passamos a nos dedicar, desde então.  

Ainda realizamos, nos anos seguintes, outras duas edições do EmComTato Festival na cidade e, também o Livro Audiovisual Poesia na Janela. Além do que andamos aficcionados pelo Eh Guilé!, tradicional cortejo de São João organizado pelo querido Whebert Wallace, o Ulla, e alguns dos seus melhores amigos na cidade. 

Volta da Serra

Sede rural da Nau; reconstrução da escola e centro comunitário.

É um povoado com um pequeno número de núcleos familiares remanescentes de tempos anteriores de maior povoação e que vive, atualmente, o início de um processo de repovoamento, com a volta de antigos habitantes ou seus descendentes, juntamente com a chegada de novos moradores, como nós.

 

Espalha-se por uma larga extensão de terra bastante degradada, de forma que a comunidade local se limita a uma pequena produção agrícola de subsistência.  

Ali, há cerca de 2km do núcleo de habitações que constitui o povoado, está a nossa Nau Nascente de Artes e Utopia, um sítio de cinco hectares em que, pouco a pouco, construímos estruturas físicas e um modo de reunir pessoas criativas das mais diversas habilidades, para nutrir visões utopistas manifestadas em projetos ambientais, sociais e culturais.

Como estrutura comunitária, o povoado hoje conta apenas com uma rústica casa-de-farinha para a fabricação artesanal de farinha de mandioca. Um antigo prédio escolar tornou-se ruínas, restando apenas um sólido alicerce. Temos o desejo de, juntamente com a comunidade local, reconstruir este prédio para alguma finalidade de Centro Comunitário.. E já temos ali também um pequeno lote de terra que deverá ser, no futuro, um segundo espaço da NAU destinado a uma maior interação com o comunidade local. 

Povoado do Matão

EmComTato Festival;  Mulher desse Chão; Natal Solidário; construção da cozinha comunitária.

São cerca de 60 famílias espalhadas por uma região ampla onde se encrava alguns sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Nossa relação com o Matão se estabeleceu através da agricultora e líder comunitária Laura Maria que, com sua generosa família, podemos encontrar a cada semana em sua barraca na feira de rua dos sábados na cidade de Palmeiras.

São muitas as iniciativas de Laura e a comunidade do Matão que nos sentimos convidados a participar e apoiar, como a realização anual do Natal Solidário, envolvendo não apenas a sua comunidade do Matão como também as comunidades vizinhas, para mobilizar a arrecadação de recursos e presentes para o festejo natalino com centenas de crianças da região.

 

Para o Matão levamos atividades do nosso EmComTato Festival em 2018 e atuamos na realização do documentário Mulher desse Chão (2019), de Larissa Leão, que traz justamente Laura como uma das duas protagonistas.

O Matão conta com um Centro Comunitário atualmente cedido pela prefeitura para ser administrado localmente e que abriga atividades escolares. Neste momento, a comunidade apresenta como demanda a construção de uma cozinha comunitária, que irá beneficiar também pequenas produtoras dos povoados vizinhos do Corcovado e do Taquari.

Povoado do Corcovado

Manifestação da cultura popular; construção comunitária da igreja.

Pequena comunidade quilombola com 12 famílias, de acesso e infraestrutura precária, marcadamente católica e devota de Irmã Dulce dos Pobres, para quem comunitariamente levantam - pouco a pouco e com escassos recursos - uma igreja no Povoado. E também a quem pedem bênçãos e permissão para os festejos populares.  

O samba de chula é uma tradição de música e dança popular sustentada pelos mais velhos da comunidade. Lideranças comunitárias mais jovens, como Milena Damacena e Vilma Novais, esforçam-se para não deixar que desapareça essa tradição, bem como a da Festa de Reis, nem por falta de entusiasmo dos mais jovens, nem por falta de recursos.

Em janeiro de 2019, valendo-se de laços de parentesco, buscaram e receberam o apoio e a visita do Reisado da Comunidade Quilombola do Povoado de Barriguda para conseguir realizar a sua Festa de Reis. Estivemos presentes quase que por um acaso, e com uma câmera na mão e gravadores de áudio no celular, realizamos o DOC-REGISTRO que pode ser acessado AQUI. . . 

Em 2022 incluímos na nossa programação do Solstício de Inverno-São João a participação no autêntico Arraial do Corcovado, organizado pela comunidade e amigos. 

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Povoado do Tejuco

Roda Cuidadoras da Terra.

Chegamos em 2019 a este Povoado, localizado nos limites entre os municípios de Palmeiras e de Mucugê, para fazermos algumas fotos e vídeos como apoio ao Grupo de Mulheres do Tejuco que, em 2019, improvisou uma cozinha comunitária na modesta casa paroquial da igreja local, cedida pelo padre, para moverem a iniciativa Quilombola Doces e Salgados, produzindo produtos culinários artesanais que procuravam vender em feiras na região para gerar um complemento de renda familiar. Essa primeira visita, nos inspirou a propor alguma interação social-cultural com a comunidade no contexto da nossa Residência Feminista Otratierra que aconteceu na NAU em maio de 2022. Daí resultou a poderosa Roda de Cuidadoras da Terra, a qual mobilizou várias lideranças mulheres dos povoados rurais de Palmeiras, nos oferecendo um contexto de celebração e aprendizado mútuo inesquecível. Vontades (e planos!) de que aconteça todos os anos!

O Tejuco é vizinho e, na verdade, inseparável do Povoado de Barriguda, já no município de Mucugê, onde é sustentada com vigor a Manifestação da Cultura Popular do Reisado, que conhecemos e registramos em celebração no Povoado do Corcovado, no início deste mesmo ano de 2019. 

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